Alvenaria de Vedação

Conheça as técnicas envolvidas para a utilização da alvenaria racionalizada

Tipos de Alvenarias

Alvenaria de Vedação

É uma alvenaria que não é dimensionada para resistir a ações além de seu próprio peso. A vedação vertical é responsável pelo fechamento da edificação e também pela compartimentação dos ambientes internos. A maioria das edificações executadas pelo processo construtivo convencional (estrutura reticulada de concreto armado moldada no local) utiliza para o fechamento dos vãos paredes de alvenaria.

Alvenaria de Vedação Tradicional

Como não se utiliza projeto de alvenaria, as soluções construtivas são improvisadas durante a execução dos serviços.

  • A mão-de-obra pouco qualificada executa os serviços com facilidade, mas nem sempre com a qualidade desejada
  • O retrabalho: os tijolos ou blocos são assentados, as paredes são seccionadas para a passagem de instalações e embutimento de caixas e, em seguida, são feitos remendos com a utilização de argamassa para o preenchimento dos vazios
  • O desperdício de materiais: a quebra de tijolos no transporte e na execução, a utilização de marretas para abrir os rasgos nas paredes e a freqüência de retirada de caçambas de entulho da obra evidenciam isso
  • Falta de controle na execução: eventuais problemas na execução são detectados somente por ocasião da conferência de prumo do revestimento externo, gerando elevados consumos de argamassa e aumento das ações permanentes atuantes na estrutura.

Alvenaria de Vedação Racionalizada

O principio básico da alvenaria racionalizada é tomar todas as decisões quanto aos passos de execução na fase de projeto e documentá-los em forma de desenho ou observações descritivas. Assim, o projeto contempla todo o detalhamento executivo, estrutural, alvenaria e instalações, compatibilizando tudo.

Quando se pretende implantar conceitos de racionalização da construção, deve-se iniciar pela estrutura da edificação. Em seguida, priorizar a alvenaria de vedação. Isso porque o subsistema de vedação vertical interfere nos demais subsistemas da edificação: revestimento, impermeabilização, esquadrias, instalações elétricas e de comunicação e instalações hidrossanitárias. Todos esses serviços somados representam uma parcela considerável do custo de uma obra.

Em contraponto à alvenaria tradicional, a alvenaria racionalizada apresenta as seguintes características:

  • Utilização de blocos de melhor qualidade, com furos na vertical para a passagem de instalações.
  • Planejamento prévio da paginação da alvenaria, cada bloco está desenhado no seu devido lugar.
  • Projeto da produção, projeto compatibilizando estrutura, alvenarias e demais subsistemas.
  • Treinamento da mão-de-obra.
  • Utilização de família de blocos com blocos compensadores para evitar a quebra de blocos na execução.
  • Redução drástica do desperdício de materiais, sem quebras e sem remendos.
  • Melhoria nas condições de limpeza e organização do canteiro de obras.

A racionalização construtiva pode ser entendida como a aplicação mais eficiente dos recursos em todas as atividades desenvolvidas para a construção do edifício.

Ao terminar a alvenaria a parede está pronta, com todas as instalações executadas paralelamente. Neste sistema não existe a necessidade de corte de canaletas, quebração, retrabalho, limpeza de resíduos da quebra para passagem das instalações. É uma montagem racionalizadas de peças que já foram previamente pensadas para ocuparem cada uma o seu devido lugar.

Termos e Definições

Elementos de alvenaria de vedação racionalizada

Bloco

Componente básico da alvenaria. O bloco possui furos na vertical que possibilitam a passagem de instalações.

Argamassa

Componente utilizado na ligação dos blocos, pode ser industrializada ou feita em obra.

Assentamento dos blocos

  • Durante a elevação das paredes, os blocos devem ser assentados e alinhados segundo especificado em projeto e de forma a exigir o mínimo de ajuste possível. Devem ser posicionados enquanto a argamassa estiver trabalhável e plástica e, em caso de necessidade de re-acomodação do bloco, a argamassa deve ser removida e o componente assentado novamente de forma correta.
  • Os cordões de argamassa devem ser aplicados sobre os blocos numa extensão tal que sua trabalhabilidade não seja prejudicada por exposição prolongada ao tempo e evitando-se a queda nos vazados dos blocos.
  • As juntas verticais e horizontais devem ter espessuras de 10 mm, exceto a junta horizontal da primeira fiada que pode chegar a 20mm para correção de possíveis desníveis da laje. Indicase que a variação máxima da espessura das juntas de argamassa seja de ± 3 mm.

Coxim

Elemento estrutural não contínuo, apoiado na parede, para distribuir cargas concentradas.

Viga

Elemento linear que resiste predominantemente à flexão e cujo vão seja maior ou igual a três vezes a altura da seção transversal.

Verga

Viga alojada sobre abertura de porta ou janela e que tenha a função exclusiva de transmissão de cargas verticais para as paredes adjacentes à abertura. Pode ser pré-moldada ou executada com canaletas preenchidas com graute.

Contraverga

Elemento estrutural colocado sob o vão de abertura com a função de redução de fissuração nos seus cantos. Pode ser pré-moldada ou executada com canaletas preenchidas com graute.

Pilar

Elemento linear que resistem predominantemente a cargas de compressão e cuja maior dimensão da seção transversal não exceda cinco vezes a menor dimensão.

Amarração direta de paredes

Padrão de ligação de paredes por intertravamento de blocos, obtido com a interpenetração alternada de 50% das fiadas de uma parede na outra ao longo das interfaces comuns.

Amarração indireta de paredes

Padrão de ligação de paredes com junta vertical a prumo, em que o plano da interface comum é atravessado por armaduras normalmente constituídas por grampos metálicos devidamente ancorados em furos verticais adjacentes grauteados ou por telas metálicas ancoradas em juntas de assentamento.

Produtividade

Treinamento e projeto tornam o sistema altamente produtivo

No início das atividades de alvenaria, a produtividade da mão de obra pode não estar em nível máximo em função da adaptação dos profissionais ao novo processo. Nesta fase ocorrem consultas excessivas dos profissionais ao projeto de alvenaria, além da necessidade de adaptação para a execução da alvenaria paralelamente com o embutimento dos eletrodutos e demais instalações.

Com o passar do tempo, a mão-de-obra se adapta ao novo processo, tornando o sistema altamente produtivo. Com um treinamento adequado, um profissional pode chegar a produzir 50m2/dia, sem contar que, após o término da parede, a mesma está pronta para ser revestida, não havendo mais a necessidade de rasgá-la para passagem de eletrodutos.

A elaboração do projeto de alvenaria de vedação é fundamental para a racionalização. O objetivo principal deste projeto é promover a organização da execução pela prévia tomada de decisões, evitando que elas sejam tomadas no canteiro.

Para que a execução ocorra de forma adequada, sugerimos realizar um treinamento de mão-de-obra. Assim, podem ser evitados retrabalhos, desperdício de materiais e mão-de-obra, além de possíveis patologias futuras.

Escolha do bloco

Atenção às características para máximo desempenho, economia e conveniência

Muitos fatores interferem na qualidade final da parede acabada, tais como: a regularidade geométrica da estrutura, a escolha dos blocos de vedação, as argamassas utilizadas para assentamento dos blocos e revestimento, além da mão-de-obra para a execução dos serviços.

Aspectos importantes na escolha do bloco:

  • Dimensões, desvios de forma e peso de cada bloco, que influenciam na produtividade
  • Regularidade geométrica, que conduz a um assentamento mais uniforme com economia de argamassa de assentamento e revestimento – com os blocos Pauluzzi há clientes que conseguem chegar a uma espessura de reboco interno de 8mm
  • Condições de fornecimento: a paletização facilita o transporte até a obra, dentro da obra e evita o desperdicio
  • Absorção de água e aderência – em ambientes internos os blocos Pauluzzi admitem o reboco em chapisco, além da utilização de gesso corrido. Para paredes externas, chapisco+reboco ou monocapa
  • Resistência mecânica
  • Movimentações higroscópicas e térmicas
  • Peso próprio das paredes: os blocos mais leves conduzirão a elementos estruturais com menores dimensões
  • Desempenho termoacústico

Muitos blocos cerâmicos comercializados não atendem às especificações técnicas exigidas ao que diz respeito a tolerâncias de dimensão e resistência do produto. A NBR 15270-1: 2005, especifica uma resistência mínima à compressão de 3,0 MPa para blocos cerâmicos de vedação com furos na vertical. Os blocos cerâmicos Pauluzzi partem de uma resistencia de 7MPa.

Projeto

Itens importantes para compatibilização e elevação das paredes

Compatibilização de projetos

Juntamente ao projeto das alvenarias deve ser realizada a coordenação de todos os projetos necessários para a execução da obra. As interferências dos projetos arquitetônico, estrutural e de instalações devem ser cuidadosamente analisadas e resolvidas na fase de anteprojeto.

A modulação do projeto arquitetônico e estrutural, apesar de ser importante, não é imprescindível para a utilização da alvenaria racionalizada, porém um projeto modulado e que utiliza a menor quantidade de tipos de bloco possível com certeza agiliza a execução e facilita a lojística e o estoque dentro da obra.

Para projetos não modulados na concepção em uma malha de 15cm, a Pauluzzi disponibiliza famílias de componentes com blocos compensadores, que permitem a elaboração de projetos de alvenaria que podem ser adaptáveis a uma grande variedade de vãos.

Itens importantes a serem considerados nos diversos projetos:

Projeto estrutural
  • Dimensões dos elementos estruturais (lajes, vigas e pilares)
  • Distâncias de face-a-face dos pilares que definem os vãos de paredes utilizados na sua paginação e a altura do pé-direito estrutural.
Projeto elétrico e de comunicações
  • Locação de eletrodutos verticais para a passagem por dentro dos furos dos blocos
  • Locação de shafts verticais nas prumadas das áreas comuns
  • Locação dos pontos de luz, tomadas e interruptores
  • Locação de quadros medidores
Projeto de instalações hidrossanitárias
  • Locação de shafts verticais para as tubulações de água e esgoto
  • Locação de ramais hidráulicos
  • Locação de peças sanitárias.

Devem ser analisados também os projetos de instalação de gás, proteção contra incêndio e impermeabilização.

O projeto de alvenaria
  • Planta de numeração das paredes
  • Planta de primeira e segunda fiadas
  • Locação da primeira fiada
  • Paginação de cada parede
  • Definição quanto ao uso de vergas e contravergas
  • Especificação dos componentes da alvenaria: blocos e dosagem da argamassa de assentamento
  • Características das juntas entre blocos (espessura)
  • Detalhamento das ligações alvenaria-estrutura.

A elevação de cada parede deve contemplar os tipos de blocos, a quantidade de cada um, as dimensões das aberturas, a posição de vergas e contravergas, o posicionamento de eletrodutos e caixas de luz, telefone, antena, internet e outros, além dos detalhes de ligação entre paredes e entre as paredes e a estrutura. A sobreposição de projetos em versão digital pode ser utilizada e, assim, todos os componentes da parede podem ser identificados com maior facilidade.

O projeto de alvenaria deve possuir todas as informações para a execução das paredes com a incorporação de todas as instalações. Assim, não deve existir a necessidade da consulta simultânea de vários documentos, o que pode induzir a erros.

Elevação das paredes

Para um projeto executivo de elevação das alvenarias é importante que o mesmo contemple todos os detalhes que possam ser úteis na execução. Entre os ítens importantes podemos destacar:

  • paginação dos blocos
  • instalações elétricas, hidráulicas, telefonia, ar-condicionado, internet…
  • dimensões de vãos
  • determinação de vergas e contra-vergas
  • quantitativo de blocos por tipo de bloco
  • numeração das fiadas
  • detalhe da amarração pilar/bloco

Execução

Mãos à obra

Recebimento dos materiais

Todos os materiais devem ser inspecionados no recebimento e imediatamente antes do uso, de forma a detectar não-conformidades. Os materiais devem ser armazenados na ordem do recebimento, e de forma que permitam inspeção geral e sejam identificados conforme o controle a ser realizado.

A Pauluzzi possui transporte terceirizado de um parceiro, caso a construtora utilize este transporte, será realizada uma visita antes da primeira entrega para verificação do local de descarga e se necessário será solicitada alguma adaptacao do mesmo.

Recomendações
  • Preparar um local de no mínimo 3 x 9 m ou o equivalente a 14 pallets (1,2 x 1,2 m).
  • Deixar os pallets vazios empilhados perto do local de descarga.
  • Descarregar os blocos com cuidado, evitando choques bruscos. (acompanhar este trabalho)

Armazenamento dos blocos

  • Armazenar os blocos em local plano para evitar quebras.
  • Armazenar os blocos sobre os pallets para evitar o contato direto com o solo.
  • As pilhas de blocos devem ter altura máxima de 1 pallet ou 8 fiadas.
  • Recomenda-se que deixe o pavimento terreo para executar a alvenaria por último, desta forma este pavimento fica como uma ótima opção de local para estoque de blocos.

Ferramentas

Para alvenaria de vedação

Colher de pedreiro

Utilizada principalmente para distribuir a argamassa para o assentamento dos blocos da primeira fiada, aplicar a argamassa nas juntas transversais e retirar o excesso das mesmas. Evitar uso de colher de pedreiro para assentar blocos das demais fiadas.

Régua de nível

Utilizada para aferir o nível e o prumo das paredes. Recomenda-se que a régua tenha comprimento entre 1,2m e 1,8m.

Esquadro metálico

Utilizado para aferir o esquadro da primeira fiada, deve ser utilizado também ao longo da elevação. Recomenda-se que o esquadro tenha medidas de, no mínimo, 80cm de face.

Canaleta ou palheta

Utilizadas para distribuir os cordões de argamassa nas juntas longitudinais de assentamento dos blocos. Os cordões de argamassa (horizontais e verticais) devem ser distribuídos, preferencialmente, com 2cm de espessura, a fim de conduzir a uma espessura final de 1cm de junta. Guardar meia-cana imersa em água ou na argamassa.

Caixa para argamassa (masseira)

Recomenda-se que as paredes do caixote sejam perpendiculares entre si para possibilitar o emprego das ferramentas específicas de assentamento (palheta e canaleta). O caixote não deve ser de material poroso que permita a perda de água da argamassa. Recomenda-se que o suporte do caixote tenha rodas para facilitar seu deslocamento.

Escantilhão

Régua de marcação vertical, com graduação de 20 em 20 cm, a partir da parte superior da primeira fiada.

Andaimes

Recomenda-se apoiá-los sobre cavaletes, e nunca sobre as paredes.

Paleteira hidráulica

Utilizada para transporte horizontal de pallets inteiros.

Gabaritos de portas e janelas

É aconselhável a utilização de gabaritos metálicos ajustáveis e reutilizáveis para obter medidas exatas em todos os vão de portas e janelas (possibilita usar portas prontas).

Elevador Cremalheira

Agiliza o transporte vertical de blocos, principalmente quando bem dimensionado para que se possa transportar pallets inteiros. Os pallets de blocos Pauluzzi possui dimensões de L120/H130/C120.

Grua

Agiliza o transporte vertical dentro da obra, porém para ter o máximo aproveitamento é necessário ter um planejamento da capacidade de carga baseado no peso dos pallets. Para blocos cerâmicos Pauluzzi, os pesos são os seguintes:

Bloco 7MPa 14x19x29: 1.210Kg
Bloco 7MPa 14x19x44: 1.190Kg
Bloco 7MPa Compensador 4 14x19x4: 2.040Kg
Bloco 7MPa Compensador 9 14x19x9: 1.555Kg

Bloco 10MPa 14x19x29: 1.440Kg
Bloco 10MPa 14x19x44: 1.376Kg

Bloco 15MPa 14x19x29: 1.377Kg
Bloco 15MPa 14x19x44: 1.440Kg

Bloco 18MPa 14x19x29: 1.596Kg
Bloco 18MPa 14x19x44: 1.640Kg

Gaiola para transporte de pallets

Para maior segurança, sugere-se que a obra tenha uma gaiola metálica para o transporte vertical feito através de gruas, manipuladoras e guindastes.

Carrinho coca-cola

Utilizado para transporte horizontal de blocos, principalmente para movimentação de quantidade reduzida de blocos nas lajes dos pavimentos.

Logística na Obra

Transporte de blocos

  • Para o transporte horizontal, utilizar equipamentos específicos para evitar quebras. Ex.: paleteira, carriola para pallets ou carrinho coca-cola. Evitar a utilização de carrinho-de-mão e girica.
  • Para o transporte vertical, utilizar equipamentos específicos para evitar quebras. Ex.: grua, guindaste, elevador de carga.

Na hora de planejar a logística do canteiro é importante levar em consideração a capacidade de carga dos equipamentos e se os mesmos tem dimensão suficiente para transporte de pallets inteiros. Há gruas com capacidade de carga equivalente a menos de 1/3 de pallet e elevadores de carga que não tem dimensão interna suficiente para acomodar um pallet.

Kanban

Logística, distribuição e produção inteligentes

Kanban é uma expressão japonesa com origem nos cartões utilizados nas empresas do Japao para solicitar componentes a outras equipes da mesma linha de produção, e que designa um método de fabricação em série, desenvolvido pela Toyota Motor Company, aplicado aos processos de logística, produção e distribuição, seguindo os princípios do Just-in-Time.

No sistema de alvenaria racionalizada o kanban é utilizado para fazer o adequado abastecimento de blocos e argamassa (componentes) para a execução (montagem) de cada parede (produto). Assim, o pedreiro recebe no local de montagem da parede a quantidade correta de blocos para aquele elemento que ira produzir (parede).

O kanban de blocos é elaborado através das elevações das alvenarias, as quais especificam os modelos e quantidades de blocos para a produção de cada parede, prevendo-se possíveis agrupamentos ou desmembramentos das vistas, amarrações dos panos perpendiculares e em níveis diferentes, assim como os vãos a serem executados em outros momentos, como a parede do guincho e os vãos de shafts, lareiras e churrasqueira.

O kanban de argamassa é estabelecido a partir da área de alvenaria, utilizando-se o indicador de 0,93 sacos de argamassa por metro quadrado de alvenaria.

É recomendado o abastecimento do pavimento com os elementos pré-moldados anteriormente aos blocos, definindo-se um kanban independente para tais materiais.

Após a execução do primeiro lote de serviço, pode haver algum ajuste de quantitativos do kanban, assim como mudança da seqüência de execução, não só de cada parede, mas também do plano de ataque ao pavimento, priorizando aspectos voltados à segurança (vãos de elevadores e escadaria) e facilidade de execução. Em geral, para maior segurança, primeiramente são executadas as alvenarias da periferia.

Indica-se que se deixe a alvenaria do pavimento térreo para ser executada por último, assim, este fica liberado para estoque e organização do kanban.

Para o sistema funcionar, é necessário treinamento dos envolvidos na organização do kanban, tanto no pavimento térreo quanto no pavimento da montagem da parede.

Adotar ou não o sistema de kanban fica por conta da construtora, o que se sabe é que as empresas que adotam tem resultados positivos quanto a controle de material e a produtividade.

Marcação da Primeira Fiada

Princípio para garantir a boa continuidade da obra

A correta execução desta etapa garante a qualidade dos serviços subseqüentes, já que visa otimizar o consumo de revestimento e a correção de possíveis defeitos da estrutura de concreto armado. A marcação deve iniciar pelas paredes das fachadas (periferias), a partir das quais se fará a locação das paredes internas. Após a conclusão é importante a conferência de esquadro das áreas. Neste processo, são usados escantilhões metálicos devidamente alinhados e aprumados, linha de nylon e esquadro.

Atentar para corrigir qualquer desnível da laje nesta fase. A segunda fiada deve partir nivelada. Após a primeira fiada ajustar o escantilhão partindo do nível 20cm.

Juntas de Assentamento

A alvenaria deve partir nivelada da primeira fiada. Não sendo indicado deixar para corrigir possíveis desníveis da laje no decorrer das demais fiadas. Este argamassamento indica-se que seja total ( em toda largura do bloco e não somente em duas tiras como nas demais fiadas).

Ligação Estrutura-Alvenaria

A interface alvenaria-estrutura deve receber atenção no momento da elaboração do projeto. A diferença de natureza dos materiais leva a comportamentos diferenciados durante a vida útil da edificação. Além disso, as estruturas têm se tornado cada vez mais esbeltas, existindo então maior possibilidade de deformações, o que pode tornar as ligações alvenaria/estrutura mais suscetíveis a problemas. Para estas interfaces o uso das telas metálicas eletrossoldadas como componentes da ligação entre parede e pilar é o indicado.

As telas metálicas eletrossoldadas disponíveis no mercado possuem malha de 15 x 15 mm e fio de 1,65 mm. As telas são fixadas aos pilares por meio de pinos de aço com arruelas utilizando finca pinos acionado à pólvora . No momento da elevação das alvenarias essas telas são inseridas nas juntas horizontais de argamassa a cada duas fiadas. Para isso, estas telas são posicionadas anteriormente a cada 40cm partindo da laje.

Um kit com a quantidade e tipo de telas utilizadas no pavimento pode ser elaborado e disponibilizado no local após a execução do chapisco rolado, evitando qualquer desperdício do material. É fundamental a conferência da fixação e aplicação das telas, assim como a inspeção do chapisco rolado, como forma de liberar o início da alvenaria no pavimento.

O detalhamento do tipo de encunhamento em um projeto de alvenaria de vedação pode reduzir consideravelmente o índice de patologias presente nas paredes das edificações prontas.

As deformações diferenciadas entre as vedações verticais e as estruturas estão presentes ao longo de toda a vida útil da edificação, sendo assim, é necessário que estas sejam compatibilizadas, devendo existir então planejamento e detalhamento em projeto.

Em geral para o encunhamento são deixados de 2 a 3 centímetros de folga entre a alvenaria e a viga para posterior preenchimento com argamassa. Esta etapa deve ser retardada o máximo possível, para que grande parte das deformações e acomodação da estrutura tenha ocorrido, evitando-se fissuras posteriores. Para o início da atividade de encunhamento, orienta-se que no mínimo 4 pavimentos acima devem estar com a alvenaria concluída.

Blocos Encunhamento

Este tipo de bloco é utilizado na última fiada da vista. Para esta função existem duas opções:

Bloco cunha com furos horizontais

Por ter sua face superior fechada, possibilita que a massa de cunha preencha todo o vão entre o bloco e a estrutura. Deve haver um cuidado especial nas descidas de tubulações elétricas e hidráulicas, as quais, necessitam dos blocos vazados na última fiada. Neste caso, o vão do bloco não utilizado para as passagens deve ser tapado.

Bloco com furos verticais capeado

É o mesmo bloco utilizado na elevação da alveria, com sua furação da parte superior fechada por capeamento de argamassa de cimento e areia.

Controle de Qualidade

Inspeção, registro e responsáveis pelo controle

Para um plano de controle de qualidade ser eficiente é necessário que haja:

  • Procedimentos para a execução
  • Os responsáveis pelo controle e circulação das informações
  • Os responsáveis pelo tratamento e resolução das não conformidades
  • A forma de registro e arquivamento das informações

Itens a serem inspecionados

Engenheiro, mestre ou encarregado de alvenaria confere:

  • A locação da primeira fiada de blocos
  • Aleatoriamente o prumo de alguns escantilhões
  • O preenchimento correto das juntas dos blocos, conforme projeto
  • A locação de todos os pontos hidráulicos e elétricos nas paredes de alvenaria
  • Prumo e esquadro das paredes

Galeria

Blocos cerâmicos Pauluzzi em alvenaria de vedação