Alvenaria Estrutural
Conheça o sistema construtivo deste a parte de projetos à execução da alvenaria com blocos cerâmicos
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Este manual completo da Pauluzzi reúne conteúdo de décadas de pesquisa e dedicação à Alvenaria Estrutural. Nele, você encontra informações preciosas sobre o sistema construtivo, desempenho, normas e boas práticas.
História
Alvenaria estrutural no mundo e no Brasil
Mundo
Tem suas origens na Pré-História sendo assim um dos mais antigos sistemas de construção da humanidade. As primeiras alvenarias, em pedra ou em tijolo cerâmico seco ao sol, apresentavam grandes espessuras em suas obras mais imponentes, face ao desconhecimento das características resistentes dos materiais e de procedimentos racionais de cálculo. Valeu por muitos séculos a prática adquirida pelos construtores.
As construções em alvenaria de pedra ou tijolo cerâmico queimado, assentados com barro, betume e mais tarde com argamassas de cal, pozolana e finalmente cimento Portland, predominaram até o início de nosso século.
No final do século 19 as estruturas em aço começam a assumir o domínio das grandes obras, face a evolução dos métodos de cálculo e da tecnologia do metal, resultando em aproveitamento de espaços perdidos no então reinante empirismo da alvenaria estrutural.
Com o aprimoramento do cimento e o domínio do aço, as estruturas em concreto armado são marcantes no início do nosso século e se tornam, junto com as edificações metálicas, os sistemas estruturais predominantes até a metade do século, não só pela menor área útil ocupada, mas igualmente pelo custo mais baixo em relação às pesadas obras em alvenaria estrutural.
Por volta de 1950, entretanto, começam a surgir normas que permitem calcular a espessura necessária das paredes e a resistência das alvenarias, em bases de cálculo mais racionais e experimentações laboratoriais, principalmente na Suíça.
Bem sucedidos empreendimentos naquele país, parecem ser responsáveis pelo ressurgimento do sistema construtivo em alvenaria estrutural na Europa na década de 50, quando foram construídos muitos prédios altos, com paredes bastante esbeltas.
Os anos 60 e 70 foram marcados por intensas pesquisas experimentais e aperfeiçoamento de modelos matemáticos de cálculo, objetivando projetos resistentes não só a cargas estáticas e dinâmicas de vento e sismo, mas também a ações de caráter excepcional, como explosões e retiradas de paredes estruturais.
Hoje, nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e muitos outros países, a alvenaria estrutural atinge níveis de cálculo, execução e controle, similares aos aplicados nas estruturas de aço e concreto, constituindo-se num econômico e competitivo sistema racionalizado, versátil e de fácil industrialização, face as reduzidas dimensões do componente modular básico empregado (bloco).
Brasil
Iniciou no período colonial, com o emprego da pedra, tijolo de barro cru e taipa de pilão. Os primeiros avanços na técnica construtiva são marcados, já no Império, pelo uso do tijolo de barro cozido, a partir de 1850, proporcionando construções com maiores vãos e mais resistentes à ação das águas, sepultando a técnica da taipa de terra socada. Já no final do século 19 a precisão dimensional dos tijolos permitia a aplicação de alguns conceitos na direção da racionalização e industrialização.
O largo emprego das estruturas de aço na Europa, nesta época, e a facilidade de importação, acabam por ser determinantes na utilização deste sistema nas grandes obras nacionais até os anos 20. O Viaduto Santa Efigênia e a Estação da Luz, em São Paulo, são dois exemplos típicos de estruturas importadas e aqui montadas, nesta época.
As estruturas em concreto armado, pelas mesmas razões, dominam grande faixa do mercado de edificações residenciais e comerciais.
Após a primeira grande guerra mundial, a instalação da indústria de cimento Portland no Brasil sacramenta o uso das estruturas em concreto armado, construindose prédios de grande altura, como o Edifício Martinelli, em São Paulo, com 30 andares.
Neste período as unidades de alvenaria produzidas no país, limitavam-se ao emprego em alvenarias de vedação.
Em meados da década de 60 é introduzida no Brasil a alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto, em prédios de até 4 pavimentos, com tecnologia e procedimentos baseados em normas americanas.
Daí para frente, os processos em alvenaria estrutural, empregando também blocos cerâmicos e blocos sílico-calcários, começam a ser utilizados em escala crescente, principalmente no estado de São Paulo, com base em normas da Inglaterra e da Alemanha, entre outras.
Atualmente contamos com diversas normas da ABNT para cálculo, execução e controle de obras em alvenaria estrutural e o sistema começa a difundir-se em todos estados da federação.
Em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, não é rara a construção de edifícios habitacionais de 10 a 20 pavimentos em alvenaria estrutural armada.
Entre os diversos sistemas construtivos alternativos introduzidos no país nas últimas décadas, objetivando diminuir o déficit habitacional, sendo a maioria importados e mal adaptados à nossa realidade parece ser a alvenaria estrutural o mais compatível com as condições de nossa cultura construtiva, tanto do ponto de vista de absorção e adequação de mão-de-obra, quanto das possibilidades de racionalização e diminuição de custos, mesmo sem garantia de demanda, pela ausência de uma política habitacional duradoura.
Economia, segurança, qualidade e rapidez de execução, permitem à alvenaria estrutural adequar-se tanto a obras populares como de padrões mais elevados.
O surgimento de grupos de pesquisa e de fabricantes de blocos estruturais, com modernas tecnologias, são suportes importantes para assegurar a permanência e o desenvolvimento deste sistema no Brasil. No entanto, estamos carentes de um maior número de profissionais, com conhecimentos de cálculo, execução e controle de obras em alvenaria estrutural.
Assim, a democratização e o desenvolvimento pleno da alvenaria estrutural, parece estar na introdução obrigatória ou eletiva de disciplina específica nos cursos de graduação de engenharia civil e de arquitetura de nossas universidades, pois ainda é grande o seu desconhecimento, como sistema, no meio de engenheiros, incorporadores e agentes financeiros do país.
Normas
Padrões para segurança e qualidade
Atualmente contamos com normas da ABNT para cálculo, execução e controle de obras em alvenaria estrutural e o sistema encontra-se difundido e aprimorado.
Abaixo seguem as normas que atualmente balizam o sistema:
- ABNT NBR 15812-1 Alvenaria estrutural – Blocos Cerâmicos | Parte 1: Projetos
- ABNT NBR 15812-2 Alvenaria estrutural – Blocos Cerâmicos | Parte 2: Execução e controle de obras.
Além das normas do sistema de alvenaria estrutural, contamos com normas para determinação das características dos blocos erâmicos, tanto estruturais quanto de vedação.
- ABNT NBR 15270-2 Componentes cerâmicos | Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural – Tipologia e requisitos
- ABNT NBR 15270-3 Componentes cerâmicos | Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação – Métodos de Ensaio
A Importância da Alvenaria Estrutural
Qualidade, produtividade e redução de custos
Em função do atraso da industria da construção civil em relação a outros setores, existe a necessidade de desenvolver formas de melhorar a qualidade dos produtos e dos processos (SANTOS, 2003). É necessário buscar a utilização de processos construtivos racionalizados que viabilizem a melhoria da qualidade e o aumento da produtividade com o objetivo de reduzir custos.
Entre os processos construtivos racionalizados, a alvenaria estrutural vem ganhando um grande impulso no Brasil ao longo das últimas décadas (RAMALHO: CORREA, 2003). Inicialmente o sistema destacou-se devido a notável redução dos custos da construção e a grande agilidade e racionalidade do sistema, sendo solução para o grande deficit habitacional do pais. Com o passar do tempo, vem se desenvolvendo e atingindo o mercado de obras de médio e alto padrão, dominando empreendimentos horizontais e verticais em todo o pais.
Com o desenvolvimento do sistema, atualmente temos normas que balizam a construção de empreendimentos verticais que no passado não se acreditava serem executados nesse sistema.
Em alvenaria estrutural de blocos cerâmicos temos executados empreendimentos de 14 pavimentos, sendo que em projeto sabe-se que poderiamos chegar a 18 pavimentos.
O Sistema
Estrutura e características
A alvenaria estrutural cerâmica é uma tecnologia construtiva tradicional, utilizada a milhares de anos. Nos últimos 30 anos, a alvenaria estrutural apresentou grandes e visíveis avanços, tornando-se um processo construtivo racionalizado com normas técnicas consistentes e razoavelmente amplas.
A alvenaria estrutural é definida como um processo construtivo em que as paredes são elementos resistentes compostos por blocos, unidos por juntas de argamassa capazes de resistir a outras cargas, além do seu peso próprio (PENTEADO, 2003; CAVALHEIRO, 2006). Ela pode ser protendida (CAMACHO, 2006), armada ou não armada. É também conceituada como um processo construtivo que se caracteriza pelo emprego de paredes de alvenaria e lajes enrijecedoras como estrutura suporte de edificios e dimensionada a partir de um cálculo racional e de confiabilidade determinável (SABBATINI, 2003; FRANCO, 1992; CAVALHEIRO, 2006).
Utiliza como estrutura as próprias paredes. Portanto difere das estruturas convencionais de concreto armado pelo fato de não necessitar de vigas e pilares, ou seja não tem uma estrutura de elementos lineares, posteriormente preenchido por paredes de vedação.
Para a execução das paredes, o emprego de blocos com dimensões e resistência adequadas ao projeto é fundamental. Além disso, estas unidades devem ser moduladas, isto é, devem apresentar relações apropriadas entre suas medidas, para possibilitar definida amarração entre elas. A partir destas, chega-se a uma planta com coordenação modular incrementando a racionalização do sistema.
O bloco com vazados na vertical confere facilidades nos processos de alvenaria estrutural, os vazados diminuem a massa dos blocos, permitindo peças de maiores dimensões, possibilitando economia de argamassa de assentamento, além de possibilitar a passagem das instalações, assim, a produtividade no levantamento de paredes aumenta consideravelmente.
As familias sâo constituidas do bloco, do meio bloco e do bloco e meio, bem como de peças complemantares para respaldo, vergas e contravergas, chamadas canaletas. É importante salientar que estes blocos são assentados, usualmente, com argamassa mista de cimento, cal e areia, de resistência e consistência adequadas ao projeto e à técnica de argamassamento empregada.
A alvenaria estrutural tem grande capacidade resistente à compressão e assim, em geral, não precisa armadura. Neste caso estamos diante da alvenaria estrutural não armada. Mas forças laterais, como as originadas da ação do vento, ou excentricidades de cargas, podem conduzir à tração nas paredes. Neste caso deve-se colocar barras de aço, devidamente calculadas, nos vazados de determinados blocos, os quais são posteriormente preenchidos com graute, uma espécie de micro-concreto neste caso estamos diante da alvenaria estrutural armada.
Mas mesmo na alvenaria estrutural não armada é recomendável a colocação de armadura construtiva leve, em pontos estratégicos das paredes, para conferir ductibilidade ao conjunto e evitar assim possíveis patologias ou mesmo danos de ações imprevisíveis.
Economia, segurança, qualidade e rapidez de execução, permitem à alvenaria estrutural adequar-se tanto a obras populares como de padrões mais elevados. O desenvolvimento de pesquisas, formação de profissionais habilitados nas universidades e de fabricantes de blocos com modernas tecnologias de produção, são suportes importantes para assegurar a permanência e o desenvolvimento deste importante sistema construtivo no Brasil.
Termos e Definições
Componente
Menor parte constituinte dos elementos da estrutura. Os principais são: bloco, junta de argamassa, graute e armadura.
Bloco
Componente básico da alvenaria. O bloco deve atender integralmente as especificações da ABNT NBR 15270-2 além das resistências especificadas no projeto estrutural. O bloco estrutural possui furos na vertical que possibilitam a passagem de instalações.
Argamassa
Componente utilizado na ligação dos blocos. Para definição da argamassa de assentamento devem ser realizados ensaios com antecedência adequada, em laboratório, com os materiais dos mesmos fornecedores selecionados para a obra, comprovando o atendimento dos requisitos estabelecidos no projeto estrutural através de ensaios realizados de acordo com as normas pertinentes. Estes procedimentos devem ser atendidos tanto pelas argamassas não industrializadas quanto as industrializadas (sem adição de cimento ou qualquer outro componente na obra).
Graute
Componente utilizado para preenchimento de espaços vazios de blocos com a finalidade de solidarizar armaduras à alvenaria ou aumentar sua capacidade resistente.O graute deve ter resistência à compressão de modo que a resistência do prisma grauteado atinja a resistência especificada pelo projetista. Deve ter características no estado fresco que garantam o completo preenchimento dos furos e não apresentar retração que provoque o descolamento do graute das paredes dos blocos. Quando o graute for produzido em obra, devem ser realizados ensaios com antecedência adequada, comprovando o atendimento das características descritas acima.
Armaduras
- As armaduras devem ser colocadas de tal forma que se mantenham na posição especificada durante o grauteamento e para tal finalidade podem ser utilizados arames, espaçadores, estribos, tarugos de aço e tarugos de massa. Em nenhum caso o cobrimento de materiais sujeitos à corrosão pode ser inferior ao especificado em projeto.
- Em nenhum caso é permitido o contato de metais de naturezas diferentes. Os fios, barras e telas de reforço imersos em juntas de argamassa deverão ser de aço galvanizado ou de metal resistente à corrosão.
- Os vazados não podem ter rebarbas de argamassa e as dimensões mínimas recomendadas são de 50 mm x 70 mm;
- A altura máxima de lançamento do graute deverá ser de 1,6 m. Recomenda-se a concretagem em duas etapas para os pés direito convencionais de 2,80 m, sendo a altura da primeira etapa definida pela altura das contra-vergas das janelas. Se o graute for devidamente aditivado, garantida a coesão sem segregação, a altura de lançamento máximo permitido é de 2,80 m;
Elemento
Parte da estrutura suficientemente elaborada constituída da reunião de dois ou mais componentes.
Elemento de alvenaria não-armado
Elemento de alvenaria no qual a armadura é desconsiderada para resistir aos esforços solicitantes.
Elemento de alvenaria armado
Elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras passivas que são consideradas para resistir aos esforços solicitantes.
Parede estrutural
Toda parede admitida como participante da estrutura.
Parede não-estrutural
Toda parede não admitida como participante da estrutura.
Cinta
Elemento estrutural apoiado continuamente na parede, ligado ou não às lajes, vergas ou contravergas.
Coxim
Elemento estrutural não contínuo, apoiado na parede, para distribuir cargas concentradas.
Enrijecedor
Elemento vinculado a uma parede estrutural com a finalidade de produzir um enrijecimento na direção perpendicular ao seu plano. Elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras ativas.
Viga
Elemento linear que resiste predominantemente à flexão e cujo vão seja maior ou igual a três vezes a altura da seção transversal.
Elevação e Respaldo das Paredes
São considerados essenciais para o desempenho da parede, o cumprimento das tolerâncias de prumo (alinhamento da parede vertical), de nível (alinhamento da parede horizontal), a execução correta das espessuras das juntas de argamassas de assentamento dos blocos e dos reforços na alvenaria quando especificados.
Assentamento dos blocos
- Durante a elevação das paredes, os blocos devem ser assentados e alinhados segundo especificado em projeto e de forma a exigir o mínimo de ajuste possível. Devem ser posicionados enquanto a argamassa estiver trabalhável e plástica e, em caso de necessidade de re-acomodação do bloco, a argamassa deve ser removida e o componente assentado novamente de forma correta.
- Os cordões de argamassa devem ser aplicados sobre os blocos numa extensão tal que sua trabalhabilidade não seja prejudicada por exposição prolongada ao tempo e evitando-se a queda nos vazados dos blocos.
- As juntas verticais e horizontais devem ter espessuras de 10 mm, exceto as juntas horizontais da primeira fiada..A variação máxima da espessura das juntas de argamassa deve ser de ± 3 mm. A argamassa não deve obstruir os vazios dos blocos e aquela retirada em excesso das juntas pode ser re-misturada à argamassa fresca. Entretanto, argamassa em contato com o chão ou andaime deve ser descartada e não pode ser reaproveitada.
Alvenarias recém elevadas devem ser protegidas da chuva, evitando remoção da argamassa das juntas e possíveis manchas, prejudiciais no caso de alvenaria aparente.
Qualquer parede que ficar com a fiada de respaldo exposta ao tempo deve ser protegida da chuva, seja por meio de concretagem ou proteção de topo, evitando-se que o excesso de umidade através dos vazados dos blocos provoque problemas como eflorescências.
Vergas, contravergas e cintas
- As contravergas em vãos de janela podem ser executadas com canaletas preenchidas com graute e armadura, peças moldadas no local ou peças pré-fabricadas, conforme especificado no projeto.
- Também, devem ser previstas em projeto vigas armadas nos vãos de portas e janelas com apoio lateral mínimo de 30 cm em cada lado ou conforme especificado no projeto.
- Na finalização das paredes de um pavimento, deve ser executada uma cinta de respaldo contínua, solidarizando todas as paredes. Esta cinta pode ser executada com blocos especiais, tipo canaleta, ou com fôrmas. Deve preceder a montagem das formas de laje ou do posicionamento das peças pré-fabricadas quando a laje incorporar componentes pré-fabricados.
Pilar
Elemento linear que resistem predominantemente a cargas de compressão e cuja maior dimensão da seção transversal não exceda cinco vezes a menor dimensão.
Parede
Elemento laminar que resiste predominantemente a cargas de compressão e cuja maior dimensão da seção transversal excede cinco vezes a menor dimensão.
Excentricidade
Distância entre o eixo de um elemento estrutural e a resultante de uma determinada ação que sobre ele atue.
Área bruta
Área de um componente ou elemento considerando-se as suas dimensões externas, desprezando-se a existência dos vazios.
Área líquida
Área de um componente ou elemento, com desconto das áreas dos vazios.
Prisma
Corpo de prova obtido pela superposição de blocos unidos por junta de argamassa, grauteados ou não.
Amarração direta no plano da parede
Padrão de distribuição dos blocos no plano da parede, no qual as juntas verticais se defasam de no mínimo 1/3 do comprimento dos blocos.
Junta não amarrada no plano da parede
Padrão de distribuição de blocos no plano da parede que não atenda ao descrito no item anterior. Toda parede com junta não amarrada no seu plano deve ser considerada não estrutural, salvo se existir comprovação experimental de sua eficiência ou efetuada a amarração indireta.
Amarração direta de paredes
Padrão de ligação de paredes por intertravamento de blocos, obtido com a interpenetração alternada de 50% das fiadas de uma parede na outra ao longo das interfaces comuns.
Amarração indireta de paredes
Padrão de ligação de paredes com junta vertical a prumo, em que o plano da interface comum é atravessado por armaduras normalmente constituídas por grampos metálicos devidamente ancorados em furos verticais adjacentes grauteados ou por telas metálicas ancoradas em juntas de assentamento.
Projeto
Por ser uma das etapas iniciais do processo da construção, possui influência decisiva na exequibilidade da obra e determinação do desempenho do “ambiente construído”, pois é nessa fase que são definidas as características da edificação e são considerados os aspectos relacionados a sua qualidade e custos. Em termos ideais, o projeto pode assumir o encargo fundamental de agregar eficiência e qualidade ao produto. Contudo, o projeto torna-se uma ferramenta eficaz para a interface projeto-obra somente na medida em que apresenta um bom nível de detalhamento, clareza e objetividade, ou seja, quando há a preocupação de projetar para produzir.
Modulação de Compatibilização de Projetos
A racionalização se inicia no projeto. Para isto, o projeto arquitetônico já deve ser elaborado seguindo os conceitos de alvenaria estrutural.
A modulação e a compatibilização dos projetos são etapas fundamentais para o desempenho adequado do sistema construtivo.
Instalações
São executadas paralelamente a alvenaria, sendo assim, seus projetos devem estar compatibilizados com os de alvenaria desde o inicio da obra.
Projeto arquitetônico
Deve ser concebido com uma visão global do sistema de alvenaria estrutural, compatibilizado com as instalações a serem executadas.
Sistema estrutural
As paredes são a estrutura da edificação, impossibilitando a sua remoção.
Reticulado de referência
Uma malha de 15 x15 cm evita o uso de peças complementares.
A Modulação
A modulação da alvenaria é o acerto das dimensões em planta e pé direito da edificação, em função das dimensões dos blocos, de modo a evitar cortes ou ajustes na execução das paredes.
Caso as dimensões do projeto arquitetônico não sejam modulares, quanto menor o módulo utilizado mais fácil o ajuste. Portanto as dimensões múltiplas de 15 cm são as mais adequadas.
Por meio da técnica de coordenação modular, conseguimos evitar o trabalho de ajuste no canteiro, que representa perda de tempo, material e mão de obra. O projetista, deve escolher o módulo básico de 15cm e trabalhar com o conceito de módulo desde o estágio inicial da concepção. Desta forma, as medidas internas serão sempre múltiplos de 15cm+ 1cm.
A família de blocos cerâmicos é formada por três componentes básicos: bloco inteiro(14x19x29cm), meio bloco(14x19x14cm) e bloco e meio(14x19x44cm). Seguindo uma modulação, múltipla de 15 cm, a alvenaria será projetada a partir de apenas duas fiadas, que estarão 100% amarradas.
Na amarração destaca-se o papel fundamental desempenhado pelo bloco e meio. Com isso, eliminam-se as ligações executadas com grampos e, desse modo se reduz consideravelmente a necessidade de utilização de grautes verticais. Aos três blocos básicos somam-se componentes complementares: canaletas, blocos compensadores e blocos elétricos. Eles resolvem, por exemplo, os problemas da relação da alvenaria com a aplicação de esquadrias e com a construção de lajes.
Amarração de paredes
A amarração efetiva das paredes é um ponto determinante na execução da alvenaria. Com a utilização dos blocos adequados, garante-se o intertravamento das unidades de alvenaria de forma simples e lógica, em todas as situações. Isto é, uma sequência padronizada que representa a disposição dos blocos para cada uma das amarrações.
Projeto Arquitetônico
- Observe o arranjo arquitetônico espacial de forma a ter uma edificação robusta com paredes estruturais bem distribuídas.
- Simplifique o projeto com o menor número possível de tipos de componentes(blocos) utilizando o módulo.
- Se a escada ou o pergolado forem fixados diretamente na parede, prever em projeto um bloco canaleta preenchido com graute para fixar o parabold.
- Utilize pontos de graute nas laterais das janelas, cantos e encontros de paredes.
- Adote juntas de controle ou movimentação e juntas de dilatação, conforme norma técnica. (verifique este item nas páginas do projeto executivo) juntas de controle ou movimentação ou página juntas de dilatação.
- As aberturas são espaços nos quais as tensões se perturbam e se concentram. Portanto, a quantidade, o tamanho e a posição das aberturas influenciam diretamente no desempenho da parede como elemento estrutural. É muito importante que o projetista de estruturas receba estas informações, para que seja avaliada a necessidade ou não de reforços, ou mesmo para que se façam alterações em nome do bom desempenho e da economia do projeto. Aqui também os arranjos simétricos devem ser preferidos. Nao sao indicados vaos maiores que 1,8m.
- Na elevacao das paredes a fim de facilitar o entendimento, representações das vistas frontais das paredes devem ser elaboradas contendo os elementos e seguindo as recomendações listadas a seguir:
Escala 1:20 em formato A4
Identificar encontros de paredes
Identificar vergas e contravergas com seus devidos transpasses
Enumerar verticalmente as fiadas
Plantas da primeira fiada das paredes
Caixas elétricas e eletrodutos, com o respectivo dimensionamento
Identificar as peças especiais (canaletas, jotas e compensadoras)
Quantitativo de blocos constando tipo de bloco e quantidade
Situações Especiais
Devem-se adotar soluções especiais de amarração de paredes nas seguintes situações:
Paredes Removíveis
Pode se elaborar um projeto arquitetônico que permita opções de mudanças futuras, desde que as informações e providências necessárias estejam previstas e explicitadas no manual do proprietário, não deixando nenhuma dúvida quanto a sua execução. Estas paredes serão consideradas como paredes de vedação no cálculo estrutural.
Uma vez que paredes removíveis, previstas em projeto, não deverão estar amarradas com as paredes definitivas, deve se nesse caso adotar juntas a prumo com tratamento adequado. Os procedimentos para remoção de tais paredes deverão estar registrados no manual do proprietário.
Como os encontros entre alvenaria estrutural e de vedação não podem ser feitos por amarração direta, independentemente da espessura dos blocos o encontro das alvenarias deverão ser executados aplicando-se telas galvanizadas na argamassa a cada duas fiadas.
Peitoris de sacadas em balanço
Quando executadas em alvenaria, os peitoris deverão ser projetados desligados das paredes da fachada.
Paredes em ângulos diferentes de 90
A adoção dessa alternativa deve ser bem avaliada, tendo em vista a necessidade de providências que introduzirão novos procedimentos na execução da alvenaria, tais como grauteamento e grampeamento da região de mudança de ângulo.
Instalações Hidrossanitárias
- Trechos horizontais devem passar sobre o forro ou sob o piso. É proibido o recorte horizontal de paredes estruturais.
- Admite-se o embutimento de pequenos trechos verticais nos vazados dos blocos, desde que estes tubos tenham diâmetro máximo de 50 mm. Em casos onde ha grande numero de instalacoes indica-se projetar paredes hidraulicas nao estruturais.
Utilização de “Shafts”
Os Shafts são espaços destinados à concentração de prumadas hidro-sanitárias, elétricas e de telefonia. Com adoção deles, consegue se retirar parte significativa, quando não a totalidade das instalações hidro- sanitárias das paredes. A ausência dos shafts e as instalações no interior das paredes obrigam, em muitos casos, a desconsiderar tais paredes como elemento estrutural, ou lançar mão de enchimentos.
A proximidade dos banheiros e da cozinha racionaliza as instalações, diminuindo o numero de prumadas e de shafts. O box do banheiro e a lavanderia sao boas localizaçoes para shafts hidraulicos.
Instalações Elétricas
- O posicionamento dos eletrodutos deve constar no projeto de elevação das alvenarias.
- Prever nas elevações a dimensão de quadros de instalações (luz, telefone, TV a cabo, etc.), evitando quebras.
- A localização e dimensão do centro de distribuição deve constar na elevação para evitar quebras.
- Quando as prumadas elétricas não puderem ser embutidas nas paredes de alvenaria estrutural, devem estar em shafts projetados para esta finalidade.
- Como regra geral, as tubulações devem caminhar sempre na vertical, utilizando os vazados dos blocos para as passagens das mangueiras não sendo indicados cortes horizontais para a interligação dos pontos.
- Os eletrodutos horizontais devem ser embutidos nas lajes ou nos pisos. As caixas de tomadas e interruptores podem ser previamente fixadas nos blocos, que, por sua vez, serão assentadas em posições predeterminadas, conforme indicado nas plantas de elevação das paredes. Após a elevação da alvenaria deve ser feita a passagem das mangueiras furandose o fundo da canaleta e introduzindo-se a mangueira.
Projeto Executivo
Para obter o máximo de vantagens que o processo construtivo de alvenaria estrutural proporciona, é imprescindível a elaboração de um projeto executivo ou producao.
O projeto de produção da alvenaria, resultado da compatibilização dos projetos de arquitetura, estrutura, instalações e técnicas construtivas, reúne as informações necessárias para que a equipe de produção o utilize como ordem de serviço.
O seu conteúdo deve contemplar todos os serviços que serão executados simultaneamente à elevação da alvenaria.
O projeto deve apresentar desenhos técnicos contendo as plantas das fiadas diferenciadas, exceto na altura das aberturas, e as elevações de todas as paredes.
Em casos especiais de elementos longos repetitivos (como muros, por exemplo), plantas e elevações podem ser representadas parcialmente. Sempre que presentes, devem ser apresentados: localização dos pontos grauteados e armaduras, detalhes de amarração das paredes e posicionamento das juntas de controle e de dilatação.
As especificações de projeto devem conter as resistências características dos prismas e dos grautes, as classes das argamassas , assim como a categoria, classe e bitola dos aços a serem adotados. Também podem ser apresentados os valores de resistência sugeridos para os blocos de forma que as resistências de prisma especificadas sejam atingidas.
Primeira Fiada
Devemos ter uma planta já com as medidas modulares, sem que no entanto, os blocos tenham sido lançados. As medidas internas serão sempre múltiplos de 15cm + 1cm.
A partir desta planta, Inicia-se a distribuição dos blocos da primeira fiada, tomando-se como base uma extremidade. Segue-se desenhando sucessivamente módulos de 29cm + 1cm de junta até os encontros de paredes, onde deverão ser observadas as amarrações-padrão. Deve-se seguir até o fechamento total externo da edificação.
Em algumas situações será necessário utilizar o bloco e meio (14x19x44) fora da zona de amarração.
Um dos padrões mais comuns na construção é o que emprega quatro apartamentos por pavimento. Nesse caso, assim como em muitos outros, deve-se começar fazendo a modulação de um dos apartamentos. Uma vez que esta planta esteja completamente modulada, basta então rebatê-la em função de seus eixos de simetria e completar a modulação das paredes restantes, hall comum, escada e elevadores.
Esta planta será utilizada na marcação da alvenaria e tem como principal finalidade fornecer dados para a execução da primeira fiada de blocos. Esta planta também é imprescindível na elaboração das plantas de elevação de paredes Elaborada em escala 1:50 a planta deve conter as seguintes informações:
- Modulação de blocos da primeira fiada de todas as paredes
- Identificação das paredes
- Janelas, portas, quadros de luz e outros vãos contidos nas paredes
- Os vãos devem ser identificados e cotados a partir de apenas uma das paredes laterais.
- Locação dos Shafts
- Identificação das paredes de vedação, quando existirem.
- Medidas para locação das paredes (Blocos Estratégicos) devem ter como origem o canto mais próximo e progressivamente, caminhar acumulando os subtotais em direção ao centro, tanto no sentido horizontal quanto no vertical, ou em relação aos eixos principais de referência.
- Localização dos furos grauteados e indicação de armaduras quando houver.
- Diagonais do pavimento em escala reduzida para conferência do esquadro.
- Legenda de blocos com desenhos das peças com suas dimensões, se suas denominações de forma que um operário possa facilmente identifica-los.
- Quantitativos de todas as paredes.
- Detalhes em escalas apropriadas para os encontros especiais de paredes.
Especificação dos materiais
O projeto deverá especificar a resistência de todos os materiais que serão utilizados durante a execução do empreendimento.
Em casos de empreendimentos de grande verticalidade, o projeto poderá contar por exemplo com 4 resistências diferentes de blocos, assim como diferentes resistências nos demais materiais.
Obs.: desenho esquemático com resistências de blocos cerâmicos estruturais produzidos pela Pauluzzi Blocos Cerâmicos, a determinação da resistência dos materias deve ser feita por um engenheiro calculista através de cálculo estrutural para cada empreendimento.
Elevação das paredes
Para um projeto executivo de elevação das alvenarias é importante que o mesmo contemple todos os detalhes que possam ser úteis na execução Entre os ítens importantes podemos destacar:
- paginação dos blocos
- instalações elétricas, hidráulicas, telefonia, ar-condicionado, internet…
- dimensões de vãos
- determinação de vergas, contra-vergas e cintas de amarração
- posicionamento de grautes
- quantitativo de blocos por tipo
- numeração das fiadas
Juntas de controle e movimentação
Têm por função limitar as dimensões do painel de alvenaria a fim de que não ocorram elevadas concentrações de tensões em função das deformações intrínsecas do mesmo. Estas deformações podem ter sua origem:
- em movimentações higroscópicas, modificando o volume quando varia o conteúdo de umidade;
- em variações de temperatura;
- ou em processos químicos, como reações de expansão de materiais presentes nas juntas e ou blocos.
Cada movimento na parede é controlado em alguma extensão pelo grau de restrição ao qual a alvenaria está submetida. Aliás, o efeito real do movimento para o mesmo, nível de restrição pode variar de acordo com a forma geral do prédio e em muitos casos não pode ser quantificado. Pela quantidade de fatores envolvidos, a definição da magnitude das deformações que sofre a parede é um problema complexo que não pode ser resolvido pela simples adição ou subtração dos valores individuais de movimento térmico, movimento por variações de umidade, fluência e deformação imposta.
Algumas bibliogafias sugerem possiveis locais para juntas de movimentação:
Para paineis de alvenaria contidos em um único plano e na ausencia de uma avaliação precisa das condições especificas do painel, devem ser dispostas juntas verticais de controle com espaçamento máximo que nao ultrapasse os limites da tabela. (ABNT NBR 15812-1:2010)
Junta de dilatação
Devem ser previstas juntas de dilatação no máximo a cada 24m da edificação em planta. Esse limite pode ser alterado, desde que se faça uma avaliação mais precisa dos efeitos da variação de temperatura e expansão sobre a estrutura, incluindo a eventual presença de armaduras adequadamente alojadas em juntas de assentamento horizontais. (ABNT NBR 15812-1:2010)
Devem ser contínuas e verticais para possibilitar movimentos relativos proporcionando completa separação entre dois blocos. Devem ser previstas onde se conhece a máxima variação de temperatura ou a máxima expansão devido à unidade.
Detalhamento da cobertura
A fim de evitar fissuras nas paredes do último pavimento, provocadas pela movimentação térmica da laje, devem ser adotados os seguintes procedimentos:
- Divisão das lajes em partes menores.
- Proteção térmica
- Ventilação do telhado
Isolamento da última laje da parede de apoio com manta asfática. Neste caso, as paredes do último andar ficam separadas da laje, de maneira a permitir que a mesma se movimente sobre a parede.
Obra
Recebimento dos materiais
Todos os materiais devem ser inspecionados no recebimento e imediatamente antes do uso, de forma a detectar não-conformidades. Os materiais devem ser armazenados na ordem do recebimento, e de forma que permitam inspeção geral e sejam identificados conforme o controle a ser realizado.
A Pauluzzi possui transporte terceirizado de um parceiro, caso a construtora utilize este transporte, sera realizada uma visita antes da primeira entrega para verificação do local de descarga e se necessário sera solicitada alguma adaptacao do mesmo.
Para o recebimento dos blocos orienta-se:
- Preparar um local de no mínimo 3 x 9 m ou o equivalente a 14 pallets (1,2 x 1,2 m).
- Deixar os pallets vazios empilhados perto do local de descarga.
- Descarregar os blocos com cuidado, evitando choques bruscos. (acompanhar este trabalho)
Armazenamento
- Armazenar os blocos em local plano para evitar quebras.
- Armazenar os blocos sobre os pallets para evitar o contato direto com o solo.
- As pilhas de blocos devem ter altura máxima de 1 pallet ou 8 fiadas
Transporte na obra
- O transporte sobre pallets é o mais indicado.
- Para o transporte horizontal, utilizar equipamentos específicos para evitar quebras. Ex.: paleteira, carriola para pallets ou carrinho coca-cola. Evitar a utilização de carrinho-de-mão e girica.
- Para o transporte vertical, utilizar equipamentos específicos para evitar quebras. Ex.: grua, guindaste, elevador de carga.
Na hora de planejar a lojística do canteiro é importante levar em consideração a capacidade de carga dos equipamentos e se os mesmos tem dimensão suficiente para transporte de pallets inteiros. Há gruas com capacidade de carga equivalente a menos de 1/3 de pallet e elevadores de carga que não tem dimensão interna suficiente para acomodar um pallet.
Colher de pedreiro
Utilizada principalmente para distribuir a argamassa para o assentamento dos blocos da primeira fiada, aplicar a argamassa nas juntas transversais e retirar o excesso das mesmas. Evitar uso de colher de pedreiro para assentar blocos das demais fiadas.
Régua de nível
Utilizada para aferir o nível e o prumo das paredes. Recomenda-se que a régua tenha comprimento entre 1,2m e 1,8m.
Canaleta ou palheta
Utilizadas para distribuir os cordões de argamassa nas juntas longitudinais de assentamento dos blocos. Os cordões de argamassa (horizontais e verticais) devem ser distribuídos, preferencialmente, com 2cm de espessura, a fim de conduzir a uma espessura final de 1cm de junta. Guardar meia-cana imersa em água ou na argamassa.
Caixa para argamassa (masseira)
Recomenda-se que as paredes do caixote sejam perpendiculares entre si para possibilitar o emprego das ferramentas específicas de assentamento (palheta e canaleta). O caixote não deve ser de material poroso que permita a perda de água da argamassa. Recomenda-se que o suporte do caixote tenha rodas para facilitar seu deslocamento.
Gabaritos de portas e janelas
É aconselhável a utilização de gabaritos metálicos ajustáveis e reutilizáveis para obter medidas exatas em todos os vão de portas e janelas (possibilita usar portas prontas).
Elevador Cremalheira
Agiliza o transporte vertical de blocos, principalmente quando bem dimensionado para que se possa transportar pallets inteiros. Os pallets de blocos Pauluzzi possui dimensões de L120/H130/C120.
Grua
Agiliza o transporte vertical dentro da obra, porém para ter o máximo aproveitamento é necessário ter um planejamento da capacidade de carga baseado no peso dos pallets. Para blocos cerâmicos Pauluzzi, os pesos são os seguintes:
Bloco 7MPa 14x19x29: 1.210Kg
Bloco 7MPa 14x19x44: 1.190Kg
Bloco 7MPa Compensador 4 14x19x4: 2.040Kg
Bloco 7MPa Compensador 9 14x19x9: 1.555Kg
Bloco 10MPa 14x19x29: 1.440Kg
Bloco 10MPa 14x19x44: 1.376Kg
Bloco 15MPa 14x19x29: 1.377Kg
Bloco 15MPa 14x19x44: 1.440Kg
Bloco 18MPa 14x19x29: 1.596Kg
Bloco 18MPa 14x19x44: 1.640Kg
Execução
Pré-requisitos
Antes do início da elevação, deve-se verificar:
- Projeto de alvenaria compatilizado com demais projetos no pavimento
- A locação, esquadros e nivelamento da base de assentamento da alvenaria especificadas no projeto
- O posicionamento dos reforços metálicos e das tubulações de acordo com o projeto
- A limpeza do pavimento onde a alvenaria será executada quanto a materiais que possam prejudicar a aderência da argamassa entre o bloco e o pavimento
- Os componentes blocos e peças pré-fabricadas devem estar limpos e isentos de materiais que prejudiquem sua aplicação e desempenho
- Os blocos devem ser umedecidos, principalmente em dias muito quentes
- As paredes de alvenaria devem ser executadas apenas com blocos inteiros e seus complementos. Para se utilizar peças cortadas, pré-fabricadas e pré-moldadas estas devem estar previstas no projeto de produção e obtidas mediante condições controladas. Projeto de alvenaria compatilizado com demais projetos no pavimento
Locação das paredes – Eixos referenciais planimétricos
A marcação da alvenaria influencia na precisão geométrica do conjunto de paredes que serão elevadas. Os eixos de referência das medidas que localizam as paredes, andar a andar, deverão estar indicados no projeto. Portanto, a escolha dessas referências de forma a permanecerem as mesmas durante toda a execução dos elementos a elas dependentes é fundamental para a precisão dimensional da estrutura como um todo. A variação do nível da superfície do pavimento, não deve ultrapassar ± 10 mm em relação ao plano especificado.
Argamassamento primeira fiada
O valor mínimo da espessura da junta horizontal de argamassa de assentamento dos blocos da primeira fiada é de 5 mm e o valor máximo não deve ultrapassar 20 mm, admitindo-se espessuras de no máximo 30 mm em trechos de comprimento inferiores a 50 cm. Caso a espessura da junta horizontal de argamassa de assentamento, dos blocos da primeira fiada ultrapassem o valor máximo, deverá ser feito um nivelamento com concreto com a mesma resistência da laje. A alvenaria deve partir nivelada da primeira fiada. Não sendo indicado deixar para corrigir possíveis desníveis no decorrer das demais fiadas. Este argamassamento deve ser total e com argamassa de cimento e areia diferente das demais fiadas.
Produção da argamassa de assentamento
A argamassa recomendada para assentamento dos blocos é a argamassa mista de cimento e cal, onde se combina a resistência, dada pelo cimento, com a trabalhabilidade e retenção de água dada pela cal.
As argamassas destinadas ao assentamento devem atender aos requisitos estabelecidos na ABNT NBR 13281, podendo ser industrializadas ou feitas em obra desde que testado anteriormente o traço para verificar se atinge a resistencia determinada pelo calculista.
A capacidade de deformar-se, que a argamassa possui, ajuda na distribuição dos esforços e na vedação. A argamassa pode absorver uma parte destes esforços dissipá-los através de micro-fissuras não – prejudiciais à estanqueidade e resistência da parede, fato que não ocorre em argamassas muito rígidas ou com baixo módulo de elasticidade, que dissipam os esforços atuantes mediante macrofissuras que provocam infiltrações e perda de aderência. Assim, sempre indica-se que a argamassa tenha resistencia menor do que o bloco para que o trabalho de movimentação que houver seja da argamassa e não do bloco que é um componente rígido que viria a trincar caso fosse solicitado com algum esforço que não fosse de compressão.
Elevação da alvenaria
A elevação da alvenaria inicia-se a partir da execução da segunda fiada. Dependendo da necessidade de mais ou menos detalhes, pode se ou não encontrar a planta de segunda fiada no projeto de alvenaria. De maneira geral, a ausência desta planta não compromete a execução da segunda fiada, pois eventuais dúvidas se resolvem com os desenho de elevações das paredes.
A alvenaria deve ser executada até a altura do peitoril, não devendo avançar esta altura antes que se grauteiem as contra-vergas.
No decorre da elevação verificar tolerâncias quanto ao prumo, nível, planicidade, alinhamento e espessuras das juntas horizontais da alvenaria.
Posicionar armaduras e executar grauteamento vertical e horizontal. O lançamento do graute, efetuado após a limpeza do furo, deve ser feito no mínimo após 24 horas do assentamento dos blocos.
Assentar as canaletas da última fiada, com a opção de uso de canaleta jota e canaleta ‘U’, de acordo com o especificado no projeto.
Nestas canaletas serão passados 2 ferros corridos (conforme projeto), fazendo-se o transpasse para garantir amarração das paredes.
Nunca esquecer de passar conduites elétricos antes de concretar a cinta de amarração.
Grauteamento
- Abertura das janelas de inspeção;
- Antes de grautear, tanto contravergas, quanto vergas, cintas de amarração e pontos verticais devem ser molhados;
- Conferir o transpasse dos blocos canaletas para o interior da parede nas contravergas;
- Colocar ferragem horizontal nas contravergas e posteriormente grauteá-las – a alvenaria não deve subir antes de grautear a contra-verga.
- Conferir o transpasse dos blocos canaletas para o interior da parede nas vergas;
- Colocar ferragem horizontal nas vergas e posteriormente grauteá-las;
- Limpeza dos vazados dos blocos onde irá ocorrer o grauteamento com auxilio de uma barra de ferro;
- Realizar a limpeza dos pontos onde há grauteamento vertical, retirando o excesso de argamassa na base do furo;
- Utilizar água para limpeza dos vazados dos blocos;
- Fechar a janela de inspeção na base das paredes;
- Grautear o vazado vertical dos blocos até seu com preenchimento;
- Realizar o adensamento manual com a barra de ferro, nunca com ferragem definitiva que está sendo grauteada, sempre utilizar barra extra, específica para esta função. No adensamento manual deve-se empregar haste entre 10 e 15mm de diâmetro, devendo a mesma ter comprimento de forma a atingir o fundo do furo a preencher;
- Deixar o transpasse (espera) da ferragem vertical para o próximo andar, conforme projeto;
- Colocação das armaduras nas cintas de amarração, observando que nos cantos devem ser respeitados os devidos transpasses.
- Os vazados devem ser grauteados no mínimo 24 horas após a execução da alvenaria.
Itens à Serem Inspecionados
– Engenheiro, mestre ou encarregado de alvenaria confere:
- Locação das ferragens verticais;
- Comprimento de transpasse das ferragens;
- Janela de inspeção na base dos pontos verticais a serem grauteados;
- Limpeza dos vazados dos blocos de assentamento e das bases dos pontos a serem grauteados;
- Armaduras colocadas nas vergas, contravergas, pilaretes e cintas;
- Adequado preenchimento com graute de vergas, contravergas, cintas e pontos verticais, onde está previsto grauteamento.
Cortes em paredes estruturais
Não é permitido corte individual horizontal de comprimento superior a 40cm em paredes estruturais. Não são permitidos cortes horizontais em uma mesma parede cujos comprimentos somados ultrapassem 1/6 do comprimento total da parede em planta. (ABNT NBR 15812-1:2010)
Cortes verticais, de comprimento superior a 60cm, realizados em paredes definem elementos distintos.(ABNT NBR 15812-1:2010)
Não são permitidos condutores de fluidos embutidos em paredes estruturais, exceto quando a instalação e a manutenção não exigirem cortes. (ABNT NBR 15812-1:2010)
Revestimentos
A absorção superficial dos blocos cerâmicos resulta em ótima aderência aos mais diversos tipos de revestimentos existentes no mercado. Dentre algumas opções de revestimentos, destacam-se:
Tipo | Utilização |
---|---|
Convencional (chapisco + emboco + reboco) | externa e interna |
Massa unica (chapisco + reboco) | externa e interna |
Massa sem chapisco | interna |
Gesso | interna |
Monocapa | externa |
Controle tecnológico
Antes do inicio da obra, deve ser feita a caracterização a compressão dos materiais e da alvenaria a serem utilizados na construção.
Para a caracterização da resistência a compressão dos materiais, os blocos, as argamassas e os grautes devem ser ensaiados conforme amostragens e métodos expecificados nas ABNT NBR 15270-3, ABNT NBR 13279 e ABNT NBR 5739 respectivamente.
A caracterização da alvenaria deve ser feita através de ensaios de prisma, ou ensaio de pequenas paredes ou em ensaio de paredes em escala real executadas com blocos, argamassa e graute de mesma origem e caracteristicas dos que serão efetivamente utilizados na estrutura, e nos números minimos estipulados na tabela abaixo.
Tipo de elemento de alvenaria | Número de corpos de prova |
---|---|
prisma | 12 |
pequena | 6 |
parede | 3 |
Controle de Qualidade
Para um plano de controle de qualidade ser eficiente é necessário que haja:
- Procedimentos para a execução
- Os responsáveis pelo controle e circulação das informações
- Os responsáveis pelo tratamento e resolução das não conformidades
- A forma de registro e arquivamento das informações
Itens a serem inspecionados
Engenheiro, mestre ou encarregado de alvenaria confere:
- a locação da primeira fiada de blocos
- aleatoriamente o prumo de alguns escantilhões
- o preenchimento correto das juntas dos blocos, conforme projeto
- a locação de todos os pontos hidráulicos e elétricos nas paredes de alvenaria
- prumo e esquadro das paredes